Negro Nagô
Eu vou tocar minha viola,
Eu sou um negro cantador.
O negro canta, deita e rola,
Lá na senzala do senhor.
Dança aí negro nagô
Tem que acabar com esta história,
De negro ser inferior.
O negro é gente e quer escola,
Quer dançar samba e ser doutor.
O negro mora em palafita,
Não é culpa dele, não senhor.
A culpa é da abolição,
Que veio e não libertou.
Vou botar fogo no engenho,
Aonde o negro apanhou.
O negro é gente como outro,
Quer ter carinho e quer amor