Quando me queres incluir
e me pões a dormir
num bairro qualquer por ai
E a lição de bem-estar
é nao incomodar
quem veja incómodo em mim
Por mais passos que eu dê
mesmo sem querer
irei sempre bater
ou esbarrar contra ti
É teu o meu espaço
e p´lo teu embaraço
pelas portas d´aço
eu já percebi:
Tens medo de mim
Tens medo de mim
Tens medo de mim
Quando me vens revistar
só porque dou ar
de não ser daqui nem dali
E para me proteger
impões um poder
que não olha a meios pró fim
Todo o gesto que eu faça
é vil ameaça
que anulas e esmagas
e vejo assim
que a força que empregas
é injusta e cega
nao vê em quem acerta
e acertas em mim
Tens medo de mim
Tens medo de mim
Tens medo de mim
Quando me culpas e prendes
tudo porque entendes
que isso é melhor para mim
Eu, mesmo inocente,
sou sempre diferente
porque nao sou igual a ti
Agora, não entendo,
porquê este medo
brutal e tão extremo
que a ninguém faz crer
que estou na cadeia
porque a tua carteira
caiu, apanhei-a,
e quis devolver
Tens medo de mim
Tens medo de mim
e eu medo de ti