Livro depressivo
Na areia da praia
Eu banco o depressivo
Talvez você caia
Na minha rede um dia
Cheia de cacos de vidro
E o galã não vê
Que é bombardeado
Com balas de hortelã
E a santa milagrosa vê
Que Deus não dá esmola
Subitamente assalta
Quero que você
Me ame bastante
Daqui até a Constante Ramos
Vamos, vamos
Vamos lado a lado
Como dois gigantes
Enfrentando os ônibus
E o menino triste
Quer ser um herói
Mesmo um herói triste
E a dama sem cara
Das bolsas vazias
Sente um amor aflito
Eu ando apaixonado
Por cachorros e bichas
Duques e xerifes
Porque eles sabem
Que amar é abanar o rabo
Lamber e dar a pata
E as mulatas sonham
Que são raptadas
Por sheiks alemães
No escritório sonham
Que já é de tarde
Todas as manhãs