Fernando Pinto do Amaral / Alfredo Duarte
Foi numa noite gelada
Já rompia a madrugada
No momento em que te vi;
Não soube dizer-te nada
Nessa hora alucinada
E fiquei a olhar pra ti
Andei pelas ruas á toa
Pelas vielas de Lisboa
Cada esquina sem ninguém
Quando o amor nos abençoa
Há uma luz que perdoa
Tanto mal que nos faz bem
Nunca soube de quem era
Esse rosto que eu quisera
Guardar bem dentro de mim
Talvez fosse uma quimera
Que ali me deixou á espera
Naquela noite sem fim
Passou o tempo e agora
Volto a viver essa hora
Na cidade adormecida
Mas quase rompendo a aurora
Há uma guitarra que chora
Saudades da minha vida