Minha garganta estranha quando nao te vejo
Me vem um desejo doido de gritar
Minha garganta arranha a tinta e os azulejos
Do teu quarto, da cozinha, da sala de estar
Venho madrugada perturbar teu sono
Como um cao sem dono me ponho a ladrar
Atravesso o travesseiro, te reviro pelo avesso
Tua cabeзa enlouqueзo, faзo ela rodar
Sei que nao sou santa, vezes vou na cara dura,
Vezes ajo com candura pra te conquistar
Mas nao sou beata, me criei na rua
E nao mudo minha postura so pra te agradar
Vim parar nessa cidade por forзa da circunstancia
Sou assim desde crianзa, me criei meio sem lar
Aprendi a me virar sozinha
E se eu to te dando linha
E pra depois te abandonar
Aprendi a me virar sozinha
E se eu to te dando linha
E pra depois te abandonar